VIVA COM AMOR

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sábado, 25 de outubro de 2008

Valores na infância - Papel da família e da escola na construção de relacionamentos sociais


Nas últimas décadas tem havido uma inequívoca tensão nos núcleos familiares. Os pais têm cada vez menos tempo para convivência com os filhos, o nível de desemprego se elevou, a instabilidade social cresceu, as taxas e divórcios e separações são cada vez maiores e o aumento da
mobilidade vêm provocando uma sensação de desenraizamento
nas pessoas.
O núcleo familiar no qual as crianças vem sendo criadas é bastante
restrito, limitando-se a seus pais e irmãos. Esse fato faz com que as mesmas conheçam e convivam muito pouco com a família maior, resultando em uma certa indiferença no seu relacionamento com os demais parentes.
É difícil, nas grandes cidades, uma convivência íntima entre tios,
primos e, lamentavelmente, até com os avós (figuras tão importantes
no desenvolvimento das crianças).
Esses fatores somados causam uma diminuição das fontes estáveis, que colaboram para a construção dos relacionamentos sociais, provocando uma ascensão do individualismo. Tudo isso gera um indiscutível incremento no estresse da família nuclear.
Nesse sentido, nossas crianças estão mais dependentes de apoios da comunidade, de instituições que representem lugares adicionais de segurança, amparo e esperança que ofereçam figuras identificatórias confiáveis. Dentre esses lugares comunitários de força e estrutura, estão incluídos os que propiciam a crença em um ser •

Para melhor compreendermos esse aspecto, podemos citar o exemplo de quando a criança se defronta com um desafio importante, e momentaneamente fracassa – ela pode se frustrar de maneira importante. No entanto, se possuir uma crença, acreditar na comunidade familiar e na escola, tenderá a sentir esse fracasso
como derrota temporária, e não
como um fracasso vital e duradouro
que envolve todo o seu ser.
Na ausência dessa grande comunidade,
é frequente a criança se
tornar vulnerável e deixar que uma
derrota momentânea se transforme
em um tormento permanente.
Não devemos perder de vista
que a construção de ambientes que
transmitam confiança e a reconstrução
da grande família são de
vital importância para o desenvolvimento
saudável das crianças, favorecendo-
as na busca incessante
da felicidade, que é uma busca própria
do ser humano.
Desnecessário é dizer que a
comunidade escolar ganha uma
importância cada vez maior como
espaço confiável para nossas crianças,
não apenas como fonte de
aquisição do saber, mas principalmente
como lugar para se viver.
Não é incomum que, ao perguntarmos
as nossas crianças quem
são seus melhores amigos, nos
sejam apresentados seus amigos
de escola.
A comunidade escolar cada
vez mais se aproxima, no imaginário
infantil, do espaço ocupado
anteriormente pela grande família:
é lá que a criança encontra e convive
com tias, por exemplo.
Nada nos impede de reatar os
laços na grande família original,
mas, na medida em que a escola
ocupe grande parte desse lugar na
mente infantil, devemos estar
atentos para que ela possua valores
como sabedoria, afetividade, fé
e capacidade de acolhimento, que
são desejáveis em qualquer boa
família e em qualquer comunidade
estruturada, saudável e sentida
como agradável.

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