VIVA COM AMOR

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sábado, 30 de janeiro de 2010

À Conversa com os Pais-Psicologia Educacional e Psicoterapia




O que uma criança pensa de si própria depende, em grande medida, do que as restantes - que são o seu espelho - pensam dela. Assim, se o reflexo que recebe é negativo, terá uma imagem negativa de si própria. No sentido inverso, se os reflexos que recebe são positivos, a sua autoestima será alta.

É importante ensinar à criança que ela pode fazer algumas coisas bem, e que pode ter problemas com outras coisas. E que esperamos que faça o melhor que puder.
É uma boa ajuda admitirmos os nossos próprios erros ou fracassos. Ela precisa saber que também nós não somos perfeitos: "Sinto muito. Não devia ter gritado. Fiquei o dia todo chateado."
Para ajudá-la a criar bons sentimentos é importante elogiá-la e incentivá-la quando procura fazer alguma coisa, fazendo-a perceber que tem direito de sentir que é "importante", que "pode aprender", que "consegue" e que o adulto a respeita e deseja o melhor para si. O cuidado reside em adequar as tarefas que cabem a cada idade e permitir que ela tente, enfim, solicitar a ajuda da criança, partilhando com ela pequenas tarefas. Pode-se até aplaudir as suas conquistas.
Assim, deve-se procurar estabelecer metas realistas e adequadas à idade da criança. Dar oportunidade de desenvolver-se sem super protegê-la ou sem pressioná-la.
Os monitores podem promover a interação social nas salas e fomentar o questionar e o exame de qualquer problema que seja levantado pela criança. Existe valor intelectual em trabalhar com os interesses intelectuais espontâneos da criança e, para o desenvolvimento moral dela, é igualmente valioso lidar com as questões morais espontâneas.
É possível envolver a criança em discussões de problemas morais. À medida que ela ouve os argumentos de seus colegas pode experimentar um desequilíbrio cognitivo, que pode conduzir à reorganização dos seus conceitos. O conflito cognitivo é necessário para a reestruturação do raciocínio e para o desenvolvimento mental.
Do mesmo modo, é preciso evitar as "típicas" etiquetas e rótulos que se costumam dar às crianças, sobretudo porque são muito difíceis de retirar. Se desde que começa a entender as coisas - muito antes do que se costuma pensar - a criança se identifica com certos apelidos como burro, preguiçoso, etc., irá crescer acreditando que é assim.

LEMBRE-SE QUE...
1 - Mesmo que tenha pouco tempo, quando estiver a ouvir, escute mesmo.
2 - Deixe-as expressar sentimentos, mesmo negativos. Evite o discurso: "Não se chora", "Isso não é nada", "Tem coragem".
3 - Quando apropriado, deixe que elas tomem as próprias decisões.
4 - Trate-as com cortesia. Respeite os seus espaços e limites, diga-lhes se faz favor e obrigado.
5 - Procure encorajá-las e dar afeto, mas de forma justa e coerente. Falsos louvores só levam a uma falsa percepção das capacidades. Valorize mais o esforço que fazem do que o rendimento que obtêm.
6 - Procurar empatia com as crianças. Quanto melhor as entendermos, menos paciência será necessária para lidar com elas, pois estaremos a perceber o seu ponto de vista. Ajude-as a desenvolver a empatia levando-as a partilhar sentimentos, bons e maus. Procure perguntar como se sente e se ela entende como os outros se sentem.
7 - Evite expressões como: "Tu deves, porque eu quero, não há discussão, vai imediatamente, cala-te." Ninguém gosta de ser mandado, independentemente da idade.
8 - Partilhe com ela aquilo que você gosta, valoriza e ama.
9 - Seja entusiasta; positivo e alegre. Ensine-as que é bom exprimir os nossos sentimentos, que não faz mal estar nervoso ou zangado. O que se faz com essas emoções é que convém controlar, para não provocar sofrimento nos outros.
10 - Quando as crianças chegam da escola, e lhes perguntamos como correu o dia, tendem a responder com algum episódio negativo. Experimente perguntar-lhe: "Fala-me das coisas mais giras das aulas."
11 - Fugir do elogio mecânico é fundamental. É sempre bom interessar-se pelos pequenos êxitos e perder alguns minutos a elogiar as primeiras tentativas no "caminho certo".
12 - É necessário vigiar o nosso cansaço, condição muitas vezes favorável para que deixemos escapar alguma crítica menos indicada.
13 - Tentar manter o respeito pela personalidade da criança, e avaliar periodicamente se as expectativas depositadas nela são justas, razoáveis e equilibradas. Será de grande ajuda.
14 - Deve-se evitar o excesso de proteção sobre a criança.
15 - Pode-se pedir a sua opinião em temas diários de pouca importância, como onde ir passear, que atividade realizar, etc. Tal faz a criança sentir-se importante, auto-valorizar-se e respeitar-se a si própria.
16 - Nunca se devem recorrer às comparações para repreender ou fazer a criança ver como se deve comportar. Não é bom para nenhuma das duas crianças, e há sempre alguma que perde com a situação.
17 - Propor-se a meta de elogiar cada dia, ao menos uma coisa bem feita de cada criança, oportunamente e com naturalidade.

A realização deste blogue parte do desejo de alargar o leque de intervenientes das sessões de Aconselhamento Parental e Encontros de Pais dinamizadas pelo Psicólogo Bruno Pereira Gomes.

Ao longo da sua publicação, existirá o cuidado de procurar abordar assuntos que causam dúvidas e ansiedade aos pais e/ou educadores para, além de se realizar um prático apanhado teórico, oferecer sugestões para que possam descobrir soluções para algumas das dificuldades parentais que se lhes deparam no quotidiano.

Os conselhos e abordagens teóricas dadas pelo autor deverão ser sempre utilizados e interpretados no contexto específico e características de cada família e dos membros que a compõem.
Psicólogo Bruno Pereira Gomes
Responsável pelo Gabinete de Psicologia do Instituto Português de Pedagogia Infantil; Licenciado em Psicologia da Educação e Orientação Vocacional; Especialização em Psicoterapia da Criança e do Adolescente.
• INSTITUTO PORTUGUÊS DE PEDAGOGIA INFANTIL - Póvoa de Santo Adrião 219371527
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